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Viva o São João no Porto, carago!

Textos e Fotos de: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com

 

Esta reportagem só foi possível devido ao gentil apoio das firmas Vistasol Tours, Europa Catering & Convention Centre, Metrix Carpentry Contractors, Caldense Bakery, Bento’s Auto Tire Centre, Worker Canada Immigration Services Inc, Toledo Printing & Design, New Casa Abril e Macedo Wine Grape Juice Ltd. Aqui deixamos os nossos agradecimentos ao José Duarte, Manuel de Paulos, Manuel (Manny) da Silva. Hélder Costa, Bento S. José, Richard Boraks, Lynda Matias, Januário de Barros e David Macedo, respectivamente. Um bem-haja para todos estes nossos patrocinadores.

Como é sabido o dia 24 de Junho foi consagrado a S. João pois crê-se que ele tenha nascido nesta data.  Apesar de ser  o padroeiro mais festejado em todo o nosso território, a noite de São João, na zona metropolitana do Porto, é a que mais gente concentra, às dezenas de milhares, passando de longe Vila Nova de Gaia, Braga, Póvoa do Varzim e Vila do Conde bem como a cidade de Angra do Heroísmo da Ilha Terceira, nos Açores.

O São João no Porto foi, como manda o seu calendário estivo, celebrado no corrente ano na noite de 23 para 24 de Junho com várias actividades das quais destacamos a festa de folclore, na Avenida dos Aliados, defronte dos Paços do Concelho e, vejam, coisa rara nestes nossos últimos tempos de crise, com entrada absolutamente gratuita. Foi uma autêntica enchente, ou melhor dizendo, um mar de gente que lotou totalmente, como é habitual nesta noite de festa, aquele largo espaço público com dezenas de milhares de foliões que para ali se dirigiram após o fogo-de-artificio, este lançado à meia-noite, tanto das margens das zona ribeirinha da Vila Nova de Gaia e do Porto como do meio do rio Douro através de barcaças ali ancoradas e, inclusive, da ponte D. Luis I.

Fomos, mais uma vez, para o nosso observatório localizado na ponte do Infante, a fim de assistir aquele colossal espetáculo, daqueles que nos ficam gravados para sempre na nossa memória. Foram 20 minutos de luz e de deslumbramento onde noite se fez de dia pelo rebentamento dos foguetes numa autêntica arte de pirotecnia quase, dizemos, inigualável, destacado pela luminosidade deslumbrante do rebentamento dos foguetes.

Esta coisa da tradição...

A tradição manda que na noite de S. João as pessoas percorram as ruas da cidade do Porto, principalmente na zona baixa da cidade e não só, e que levem consigo alhos-porros para dar a cheirar e martelos de plástico. E isso também partilhámos pois levámos “cacetada” por onde quer que passávamos principalmente na Avenida dos Aliados, das Fontainhas até à Ribeira e sempre com um sorriso nos lábios, pois é uma tradição bem antiga de não se levar a mal. É só olharmos à nossa volta e apreciar tanta brincadeira praticada por quase, na totalidade, por adultos, homens e mulheres.

Esta religiosidade a São João e à sua gastronomia é talvez tão importante como a fé das suas gentes pois a sardinha assada com pimento na broa, o delicioso caldo verde são os alimentos principais da ementa nesta noite de S. João para os foliões do Porto degustarem nas casas de pasto e barracas espalhadas por todo o lado desde a Matosinhos passando pela Boavista e terminando na Ribeira onde, à porta se esperava tempos (quase séculos) para poder entrar e saciar a fome com muita animação e copos do verde ou maduro à mistura. Há quem se decida por outros menus especiais destas festas como carneiro ou cabrito, esta gastronomia mais apreciada das gentes do interior e do norte Minho e as caldeiradas de peixe para aqueles que vivem no litoral (Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim).

É, para aqueles que desconhecem, feriado municipal nas cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, pois o padroeiro, São João, é o mesmo, que se celebra a 24 de Junho. A dedicação popular a este Santo nem sempre foi do agrado da Igreja, visto ser demasiado alegre para um santo que viveu tão afastado das coisas do mundo mas a fé e o paganismo têm, muitas vezes, quando associadas, destas aberrações transformadas em paródias. A noite de 23 de Junho é chamada de “noite das folias”, de contentamentos e a mais alegre do ano, em que autênticas multidões vêm para as ruas festejar o Santo protector dos amorosos.

A cidade se vem preparando, por semanas, para as suas festas, com as vitrinas do seu comércio decoradas a preceito e com balões, manjericos, muitas imagens do padroeiro para os seus habituais concursos tendo, inclusive, como é da praxe, no calendário desportivo, a realização da tradicional corrida de São João, concursos de cascatas e a regata dos barcos rabelos num trecho de pouco mais dum quilómetro sem esquecermos, e isso seria imperdoável, obviamente, as quadras populares alusivas aquele santo tão querido das gentes do norte, o São João. Assim, desse concurso retiramos dum molho de centenas, algumas  quadras que achamos originais:

As orvalhadas na rua
S. João sobre a cascata
Lembram rendinhas que a Lua
Urdiu com fios de prata

Mais que Santo da Igreja
É do Porto o São João
Cá todo o povo o festeja
Mouro, judeu ou cristão

Lançaste o balão ao ar
O meu foi atrás do teu
O teu não quis regressar
Ficou abraçado ao meu!

Por todas as esquinas, passeios ou barracas se vendiam os tradicionais manjericos, cravos, erva-cidreira e os modernos martelinhos de plástico que juntamente com os alhos-porros, ou alhos de S. João, as multidões, e os foliões, se “cumprimentam” nas ruas e nos arraiais com "marteladas” na cabeça, e cara alegre pois nestas festas ninguém leva a mal este tipo de brincadeiras. 

Até o Sr. Silva lá esteve….

O nosso presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, esteve este ano presente nas festas de S. João acompanhado da esposa e, como manda o protocolo, do presidente da autarquia do Porto, Rui Rio, que dum barco rabelo, no meio do rio Douro, apreciou o festival de pirotecnia e a deslumbrante cascata de fogo da Ponte de D. Luís. Claro que não o vimos pois era de noite e apenas soubemos da sua presença, só no dia seguinte.

Gostámos imenso e prometemos que não será a última nossa participação nestas alegres e bairristas festas de São João do Porto. Não há outra igual em todo o Portugal (até rima…). Viva o Porto, CARAGO.

 

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